terça-feira, 20 de setembro de 2011

PESCA PREDATÓRIA


Rio de Janeiro

Apesar da pesca ser uma das atividades mais antigas desenvolvidas pelo homem, parece que o tempo de prática ainda não foi suficiente para evitar que ela seja realizada de forma predatória. Levantamentos recentes indicam que hoje a captura indiscriminada mata e desperdiça entre 18 e 40 milhões de toneladas de peixes, tartarugas e mamíferos marinhos todos os anos, o que representa nada mais nada menos do que cerca de um terço de toda a pesca mundial. E um crime contra a natureza. 

Infelizmente no Brasil os números também não são animadores e o Ibama, órgão responsável pela fiscalização e controle das atividades pesqueiras, prevê que ainda existe uma quantidade considerável de pescadores trabalhando de forma incorreta e, conseqüentemente, predatória. Entre os principais instrumentos legais para o controle da pesca no Brasil estão a Lei Federal nº 7.661/88, que ordena o Gerenciamento Costeiro, a Lei Federal nº 7.679/88, que dispõe sobre a proibição da pesca de espécies em períodos de reprodução, e o Decreto-Lei nº 221/67, que estabelece o Código de Pesca.

A maior problemática nacional consiste na sobrepesca (captura em quantidades acima das quotas acordadas internacionalmente para garantir a manutenção dos estoques de peixes ou a sustentabilidade da pesca comercial) e a pesca descontrolada da lagosta é um dos exemplos assistidos. O Ibama já diagnosticou que houve uma quebra no nível de sustentabilidade dos estoques. Ou seja, pescou-se muito mais do que seria aceitável do ponto de vista biológico das espécies do crustáceo.

"A pesca predatória da lagosta pode extinguir a atividade", alerta o diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, José de Anchieta dos Santos. Segundo o diretor, o declínio da produção nos últimos anos é o maior indício de que o excesso de exploração das duas principais espécies comerciais de lagosta produzidas no Brasil (Panulirus laevicauda e P. argus) compromete a sustentabilidade dos estoques. De acordo com dados do Ibama, a produção da lagosta foi de dez mil e oitocentas toneladas em 1995. Quatro anos depois, a produção já era inferior a seis mil e quinhentas toneladas.

Para tentar reverter o declínio da produção de lagosta e lutar contra a pesca predatória, o Ibama propôs, no início deste ano, a gestão participativa entre todos os envolvidos no setor __ industriais, armadores, pescadores, pesquisadores, ONGs e o próprio governo, através dos estados e municípios. A gestão conjunta na pesca do crustáceo é a maneira encontrada pelos especialistas para garantir a sobrevivência da atividade e a idéia é que o grupo estude e apresente ao Ibama uma forma sustentável de exploração da lagosta.

"A única saída para mudar este quadro é a gestão participativa", diz José de Anchieta, ressaltando que esta levará a uma ampla revisão nos procedimentos legais e nas artes de pesca em geral adotadas no país.


Salvem as baleias _ Da mesma forma que a lagosta, a baleia é uma outra grande vítima da pesca predatória, principalmente em países como o Japão e a Noruega. De acordo com dados do Greenpeace, mais de 2 milhões desses mamíferos marinhos foram mortos no último século em conseqüência da caça comercial, o que quase colocou em risco a sobrevivência da espécie.
Apesar desses animais estarem protegidos por dois acordos internacionais e da Comissão Baleeira Internacional ter proibido, em 1985, a caça comercial, a captura predatória ainda existe. O Japão, por exemplo, caça cerca de 440 baleias minke todos os anos nas águas do Santuário das Baleias Antártico com a alegação de que estaria realizando "caça científica".

O Greenpeace defende a continuidade da proibição da caça e do comércio de produtos derivados das baleias. Para tal propõe e pressiona governos e autoridades para a criação do Santuário Global para todas as espécies de baleias do planeta. Esta grande área nascerá com a criação de santuários regionais e o Governo Brasileiro já apresentou sua proposta de delimitação do Santuário de Baleias no Atlântico Sul, que conta com o apoio de países como Nova Zelândia, Austrália, Inglaterra e Estados Unidos. 

Principais atividades ilegais e predatórias no litoral brasileiro

Pesca de arrastão __ Utilização de extensas redes que ao serem puxadas entre dois barcos pesqueiros (parelhas) varrem o fundo do mar. É uma prática extremamente nociva à biodiversidade marinha, pois a rede revolve o substrato e arrasta tudo que encontra pela frente, destruindo o habitat daquelas espécies que vivem no leito oceânico e coletando um excesso de animais que acabam sendo desprezados, por não possuírem valor comercial.

Pesca com rede de malha fina __ Um dos maiores problemas é o uso de redes com malha menor do que o permitido. Com isso, captura-se seres muito jovens, que muitas vezes acabam servindo apenas de isca para capturar espécies maiores, ou simplesmente são descartados. Esta prática leva, inevitavelmente, à escassez de peixes e, a longo prazo, à extinção de várias espécies, pois quando capturados muito jovens ainda não tiveram a oportunidade de reproduzir-se.

Pesca em época proibida (Defeso) __ O Ibama proíbe na costa brasileira, anualmente, o exercício da pesca de animais como a sardinha, a lagosta, o camarão e o caranguejo. É nesses períodos que ocorre sua reprodução. A pesca realizada nessa época captura as fêmeas ovadas. O defeso foi criado justamente para permitir a reprodução da espécie em questão.

Pesca com explosivo __ A pesca com bomba, considerada de alto valor destrutivo, afeta a fauna, a flora e o substrato de fundo. 

Pesca seletiva com descarte __ Algumas modalidades de pesca são refinadamente seletivas e altamente predatórias. Captura-se o animal para obter uma pequena porção de seu corpo, descartando a maior parte de sua estrutura física no próprio local da pesca. Isso ocorre com os caranguejos, para a retirada das patolas, e com os cações, para a retirada das barbatanas.
  
Sobrepesca __ Nos últimos 20 anos, a pesca em excesso e no período de desova foi responsável pela redução em mais de 80% de espécies como peixe-espada, atum e vários tipos de tubarões. Segundo a FAO, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, 70% dos estoques comerciais de peixe no mundo estão esgotados, super explorados, extintos ou em processo de lenta recuperação.

Redes abandonadas __ Abandonar redes em alto mar ou na praia é um hábito estúpido de pessoas descompromissadas com a vida. Infelizmente é muito comum encontrarmos grandes quantidades de redes abandonadas que costumam ser letais, pois aprisionam aves marinhas, tartarugas, golfinhos e até pequenas baleias que no mínimo ficam bastante feridas e debilitadas. Quando estas redes aprisionam os mamíferos e as tartarugas marinhas, na maioria das vezes estes não conseguem subir à tona para respirar e acabam morrendo sufocados.

Esgotos __ Um dos maiores problemas do litoral brasileiro é a falta de tratamento dos esgotos, que logicamente é mais complexo nas maiores cidades litorâneas do Brasil. Praticamente 90% do esgoto é despejado in natura nos mares, acarretando em grande poluição que prejudica anto para a vida marinha quanto à saúde do homem.

Retirada de Dunas __ O crescimento desenfreado das cidades litorâneas, sem um planejamento adequado, resulta, invariavelmente, em construções ilegais. O aumento da indústria da construção civil, nos últimos anos, é responsável pela retirada de enormes extensões de dunas. Estas são essenciais na manutenção do equilíbrio do ecossistema costeiro, pois além de abrigarem fauna e flora variada constituem uma barreira de proteção natural, impedindo o avanço do mar.

Derrame de Óleo __ Além dos grandes derramamentos, bastante visíveis e que costumam causar tragédias de proporções inimagináveis, é bastante comum a ocorrência de pequenos vazamentos que somados afetam consideravelmente o ambiente e a fauna marinha. Rotineiramente centenas de aves, pingüins, golfinhos e outros animais são encontrados muito debilitados por estarem banhados em óleo. Se não forem tratados adequadamente, estes animais acabam morrendo (por inanição ou por problemas respiratórios).

Hélices de Navios __ São armas perigosas. Seguidamente aparecem mamíferos marinhos (como golfinhos, lobos marinhos, toninhasetc) mortos na praia com o corpo cortado. Estes cortes são feitos por hélices de navios, que geram um fluxo muito forte e arrastam animais marinhos consigo. A solução seria obedecer à Lei 7.643, de 18 de Dezembro de 1987/Portaria n. 2.306, que ordena que se desligue o motor da embarcação quando se aproximar de algum cetáceo, pinípide e sirênio, e que condena a aproximação com embarcações a menos de 100 metros do animal. 

Pellets __ São pequenas bolinhas de plástico (polietileno e polipropileno) que se constituem em matéria-prima para a fabricação de garrafas plásticas e sacolas. O material é transportado por cargueiros abertos. Alguns pellets sempre acabam caindo no mar. Os pellets também são utilizados na limpeza de porões de navios petroleiros e acabam sendo descartados na água. Animais marinhos confundem estes pellets com alimento e enchem seu estômago com as bolinhas, de modo que não cabe mais alimento em seu estômago e morram de fome.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Primeiros Socorros PARTE II



Desmaio

É provocado por falta de oxigênio ou açúcar no cérebro, a que o organismo reage de forma automática, com perda de consciência e queda do corpo. Tem diversas causas: excesso de calor, fadiga, falta de alimentos, etc, e é caracterizada por palidez, suores frios, falta de forças e pulso fraco.

O que fazer

Se nos apercebermos de que a pessoa está prestes a desmaiar devemos

• Sentá-la e colocar-lhe a cabeça entre as pernas, ou deitá-la e levantar-lhe as pernas
• Molhar-lhe a testa com água fria
• Desapertar-lhe as roupas
Se a pessoa já estiver desmaiada
• Deitá-la com a cabeça de lado (PLS) e mais baixa que as pernas.
• Desapertar-lhe as roupas
• Mantê-la confortavelmente aquecida
• Logo que recupere os sentidos, dar-lhe de beber bebidas açucaradas
• Consultar o médico posteriormente
• Caso não recupere os sentidos, fazer uma papa com muito açúcar e pouca água e coloca-la debaixo da língua da vitima. O açúcar deve ser “empapado em água” (não dissolvido, mas sim misturado apenas com algumas gotas de água);(Acionar de imediato os meios de emergência médica)
O que não fazer
• Dar-lhe de beber enquanto a vitima não recuperar os sentidos, pois pode sufocar/afogar-se com os líquidos.

Nota

• Se o desmaio for superior a 2 minutos dirigir-se ao Hospital
• Em caso de dúvida administrar sempre açúcar em papa debaixo da língua, pois se estiver em hipoglicemia estaremos a contribuir para a melhoria do estado da vítima, e se estiver em hiperglicemia, pouco irá fazer subir os níveis. Além do mais é sempre preferível níveis altos do que muito baixos.
• Usar e abusar do açúcar à menor suspeita, pois tomado em exagero de vez em quando não prejudica, enquanto a falta ou o atraso ataca o cérebro e pode levar ao coma e à morte.

Estado de choque

No caso de a vítima de estado de choque estiver de pé é necessário deita-la de costas com a cabeça baixa de lado, coloca-se também as pernas da vítima a formarem um ângulo de 45 graus com o solo. Caso a vitima já se encontre deitada, devemos mantê-la nessa posição. Posteriormente devemos desapertar-lhe a roupa que possa dificultar-lhe a circulação ou a ventilação, e tentar acalmar a vítima e seus acompanhantes. A temperatura corporal do indivíduo deve manter-se constante, para tal é necessário tapá-lo/cobri-lo. Depois chama-se a ambulância para que o sinistrado tenha acompanhamento médico.Caso se trate de um estado de choque que provoque a inconsciência da vítima deve-se colocar o indivíduo em posição lateral (PLS), continuando com os mesmos procedimentos. Nota importante: nunca administrar líquidos ao sinistrado. São vários os fatores que ocasionam o estado de choque, considerado reação comum em vítimas de acidentes com hemorragias internas ou externas, emoções fortes, choques elétricos, queimaduras, etc..


Ferimentos

Picadas

As crianças, devido à sua enorme curiosidade e devido ao facto de lhes agradar as actividades ao ar livre, estão muitas vezes susceptíveis a picadas de insectos, nomeadamente de abelhas e vespas e também a picadas de peixes venenosos, ouriços e alforrecas (medusas, águas-vivas), quando as crianças freqüentam a praia.

O que fazer

Existem alguns cuidados relativos às picadas. Em relação às picadas de abelhas e vespas deve:
• Não retire os ferrões com pinças nem os esprema. Raspe o local com lâmina;
• Desinfectar com álcool ou outro anti-séptico (Betadine dérmico);
• Aplicar gelo localmente.

No entanto, por vezes necessita-se de cuidados especiais e de transporte urgente para o Hospital. É o caso da ocorrência de picadas múltiplas (enxame), picadas a pessoas alérgicas e picadas na boca e garganta (devido ao risco de asfixia).

Em relação às picadas de peixes venenosos/ouriços/alforrecas, deve:
• Aplicar no local cloreto de etilo ou, na sua falta, álcool, ou gelo, pois estas picadas provocam, muitas vezes, dores muito intensas.

Mordeduras

Os tipos de mordeduras mais comuns são as de cães, gatos e de outros animais. Menos comuns, mas, geralmente, mais perigosas, são as mordeduras de cobras e roedores. Os problemas de saúde conseqüentes de uma mordedura dependem do tipo de animal e da gravidade da mordedura, e incluem:
• Raiva: infecção grave, causada por um vírus que ataca o [sistema nervoso central] e que geralmente, é fatal;

• Veneno;
• Hemorragia;
• Infecção;
• Perda de tecido, em ferimentos desfigurantes;
• Tétano: Doença em que ocorre uma libertação de uma toxina, que causa endurecimento persistente do maxilar inferior e que pode ser prevenida pela vacina contra o tétano;
• Reacções alérgicas;

O que fazer

Mordedura de cão

• Desinfectar o local da mordedura;
• Se a ferida estiver inchada, aplicar gelo embrulhado num pano limpo por 10 minutos;
• Informar-se se o cão está correctamente vacinado;
• Providencie que a vítima receba a vacina do tétano, se não a tiver tomado.
Nota: É uma situação que necessita de transporte para o hospital
Mordedura de gatos/ratos
• Desinfectar o local da mordedura;
• Transportar sempre a vítima para o Hospital.
Mordedura de humanos sem hemorragia importante
• Lavar o ferimento com água e sabão pelo menos durante 5 minutos, mas sem esfregar com força;
• Desinfectar o local da mordedura;
• Cobrir o ferimento com compressa esterilizada;
• Se estiver inchada colocar gelo.
Se notar qualquer sinal de infecção, como vermelho, pus, febre, deve contactar o médico.

Perfurações

É a penetração de um corpo estranho perfurante, sendo ferimentos estreitos causando rompimento da pele e dos órgãos internos. Podendo ser com ou sem empalamento, ou seja, podendo ou não o objeto permanecer no local. O empalamento é uma forma de contenção da hemorragia, deve-se avaliar a retirada ou não do objeto, para melhor segurança do acidentado. No caso de perfuração do tórax (pneumotórax) deverá ser realizado um curativo de três pontos, onde será utilizada com um pedaço de sacola que será tampado três lados, caso a vítima esteja em décubito dorsal, a parte de baixo não pode ser fechada, pois será por lá que haverá a saída do sangue. Procedimento: é levar a vítima para o pronto atendimento.

Queimaduras

Uma queimadura pode ter vários graus de gravidade e esta pode ser considerada grave quando as suas características fazem com que seja necessária uma consulta médica ou a hospitalização. A gravidade da queimadura depende de vários fatores: da zona atingida pela queimadura (localização), extensão da queimadura, profundidade, natureza ou causa da queimadura e da fragilidade do indivíduo.A complicação mais imediata de uma queimadura grave é o estado de choque e a paragem cardiovascular, causados pela dor, pela perda de plasma em correspondência com a zona queimada e pelas substâncias libertadas pelos tecidos lesionados. As complicações tardias são de dois tipos: a infecção da queimadura; uma cicatrização insuficiente que requer um enxerto cutâneo.É caracterizada, sobretudo, por:De acordo com a profundidade atingida, as queimaduras classificam-se em 3 graus:

Queimaduras de 1º grau

São as queimaduras menos graves; apenas a camada externa da pele (epiderme) é afectada. A pele fica avermelhada e quente e há a sensação de calor e dor (queimadura simples).

Queimaduras do 2ºgrau

Às características das queimaduras do 2º grau junta-se a existência de bolhas com líquido ou flictenas. Esta queimadura já atinge a derme e é bastante dolorosa (queimadura mais grave).

Queimaduras do 3º grau

Às características das queimaduras do 1º e do 2º, junta-se a destruição de tecidos. A queimadura atinge tecidos mais profundos provocando uma lesão grave e a pele fica carbonizada (queimadura muito grave). A vítima pode entrar em estado de choque.

Queimaduras de 4ºgrau

Exposição de músculos, tendão, ossos (geralmente por eletricidade)

Queimaduras de 5º grau

Carbonização do corpo. Acaba resultando em óbito.

O que se deve fazer

• Se a roupa estiver a arder, envolver a vitima numa toalha molhada ou, na sua falta, fazê-la rolar pelo chão ou envolvê-la num cobertor (cuidado com os tecidos sintéticos);
• Se a vitima se queimou com água ou outro líquido a ferver, despi-la imediatamente.
• Dar água a beber frequentemente;

Se a queimadura for do 1º grau

• Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na sua falta, com água fria corrente, até a dor acalmar;
• Aplicar cremes para queimados.

Se a queimadura for do 2ºgrau

• Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na sua falta, com água fria corrente, até a dor acalmar;
• Lavar cuidadosamente com um anti-séptico (não aplicar álcool);
• Se as bolhas não estiverem rebentadas, não as rebentar; aplicar gaze gorda e compressa esterilizada;
• Se as bolhas rebentarem, não cortar a pele da bolha esvaziada; tratar como qualquer outra ferida. O penso deve manter-se 48 horas e só depois expor a zona queimada ao ar para evitar o risco de infecção/tétano;
• Transportar a vítima para o Hospital.

Se a queimadura for do 3º grau (profunda)

• Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na sua falta, com água fria corrente, até a dor acalmar;
• Lavar cuidadosamente com um anti-séptico (não aplicar álcool);
• Tratar como qualquer outra ferida;
• Se a queimadura for muito extensa, envolver a vitima num lençol lavado e que não largue pêlos, previamente umedecido com soro fisiológico ou, na sua falta, com água simples.
Nota: Situação grave que necessita de transporte para o Hospital.
Se a queimadura for de 4º grau
Queimadura por choque elétrico, chamar o serviço de emergência.

O que NÃO fazer

• Retirar qualquer pedaço de tecido que tenha ficado agarrado à queimadura;
• Rebentar as bolhas ou tentar retirar a pele das bolhas que rebentaram;
• Aplicar sobre a queimadura cubos de gelo;
• Aplicar sobre a queimadura outros produtos para além dos referidos.
Nota: O tratamento final das queimaduras deve ser sempre feito no Hospital.

Entorses

A entorse é uma lesão nos tecidos moles (cápsula articular e/ou ligamentos) de uma articulação. Manifesta-se por uma dor na articulação, gradual ou imediata, um inchamento na articulação lesada e pela incapacidade do lesado para mexer a articulação.

Que fazer

• evitar movimentar a articulação lesionada;
• elevar o membro;
• aplicar gelo ou deixar correr água fria sobre a articulação;
• alternar as aplicações frias com a aplicação de uma ligadura elástica a comprimir o membro;
• consultar o médico posteriormente;
• ir rapidamente para um hospital

Fraturas

Uma fractura é caracterizada por uma dor intensa no local, inchaço, falta de força, perda total ou parcial dos movimentos, e encurtamento ou deformação do membro lesionado.Em caso de fratura ou suspeita de fractura, o osso deve ser imobilizado. Qualquer movimento provoca dores intensas e deve ser evitado.

O que fazer

• expor a zona da lesão (desapertar ou se necessário cortar a roupa);
• verificar se existem ferimentos;
• tentar imobilizar as articulações que se encontram antes e depois da fractura usando talas apropriadas, ou na sua falta, improvisadas;
• dar analgésico (Ben-u-ron) se a criança estiver consciente e com dor e mantê-la em jejum pela possibilidade de cirurgia;
• em caso de fractura exposta, cobrir o ferimento com gaze ou pano limpo.
Nota: As talas devem ser sempre previamente almofadadas e bastante sólidas.


O que NÃO fazer

• tentar encaixar as extremidades do osso partido;
• provocar apertos ou compressões que dificultem;
• colocar sal no ferimento;
• procurar, numa fractura exposta meter para dentro as partes dos ossos que estejam visíveis.

Choques elétricos

Ver artigo principal: Choque elétrico

A morte causada por eletricidade é também conhecida como eletrocussão e consiste na passagem de uma corrente eléctrica pelo corpo. A electrocussão pode provocar a morte instantânea, perda dos sentidos mais ou menos prolongada, convulsões e queimaduras no ponto de contacto. É necessário tomar cuidado com quem está sujeito ao choque, tocá-lo pode ser perigoso. O ideal é pegar num objecto constituido por plástico pois conduzem pouco a eletricidade; afastá-lo do objeto que lhe dá o choque, e verificar os sinais vitais da vitima. Caso esta se encontre em paragem cardiorrespiratória deve-se retirar os objectos adjacentes a esta como por exemplo dentaduras, óculos, etc… desapertar a roupa e expor o tórax, e proceder então à reanimação colocando sobre o tórax as duas mãos sobrepostas e realizar 30 compressões seguidas de suas insuflações. Se a vitima estiver inconsciente mas com pulso e a ventilar deve-se coloca-la em PLS e contactar o 112 (193 no Brasil)para obter transporte ao Hospital mais próximo.

Envenenamento e intoxicação

O envenenamento é o efeito produzido no organismo por um veneno que seja introduzido.
Envenenamento por via digestiva
Por produtos alimentares
Caracteriza-se por arrepios e transpiração abundante, dores abdominais, náuseas e vómitos, prostração, desmaio, agitação e delírio.

O que fazer

• Verificar sinais de vida;
• chamar ajuda, nunca faça um socorro sozinho, somente em último caso;
• se possível, interrogar a vítima no sentido de tentar perceber a origem do envenenamento;
• manter a vítima confortavelmente aquecida;
• é uma situação grave que necessita de transporte imediato para o hospital feita por especialistas.

Por medicamentos

Dependendo do medicamento ingerido, podem observar-se: vómitos, dificuldade respiratória, perda de consciência, sonolência, confusão, etc.

O que se deve fazer

• se possível interrogar a vítima no sentido de tentar obter o maior número de dados possível sobre o envenenamento;
• pedir imediatamente orientações para o Centro de Informação Anti-Venenos (em Portugal: 808 250 143);
• manter a vítima aquecida;
• é uma situação grave que necessita de transporte imediato para o Hospital.
Por produtos tóxicos
Alguns dos sintomas incluem: vómitos ou diarreia, espuma na boca, face, lábios e unhas azuladas, dificuldade respiratória, queimaduras à volta da boca (venenos corrosivos), delírio e convulsões, e inconsciência. - NUNCA provocar o vómito! Nota: É uma situação grave que necessita de transporte imediato ao Hospital.

Insolação

O suor é o nosso ar condicionado natural. À medida que ele se evapora da nossa pele ocorre o esfriamento do corpo. Porém, esse sistema pode falhar se ocorrer uma exposição prolongada ao calor, num local fechado e sobreaquecido (por ex:, dentro de uma viatura fechada, ao sol) ou se ocorrer uma exposição prolongada ao sol.

A insolação é caracterizada por: cefaleias (dores de cabeça), tonturas, vómitos, excitação, pele fria e pegajosa, boca seca, fadiga e fraqueza, pulso rápido e inconsciência.

O que se deve fazer

É importante baixar a temperatura do corpo, para tal:
• Coloque a pessoa num local fresco e à sombra;
• Desaperte-lhe a roupa, ou remova as roupas e envolva a pessoa num lençol fresco e úmido;
• Coloque compressas frias na cabeça e axilas;
• Eleve a cabeça da vítima;
• Dê a beber água fresca, se a vítima estiver consciente;
• Se estiver inconsciente, coloque-a em PLS (Posição Lateral da Segurança).
Nota: Esta é uma situação grave, principalmente nas crianças, que pode provocar hemorragia cerebral e como tal, necessita de transporte urgente para o Hospital.
Transporte de vítimas

QUANDO TRANSPORTAR

1.Quando não for possível prestar o atendimento básico no local; 2.Quando não for possível esperar ajuda especializada (locais desprovidos de instituições habilitadas a dar atendimento); 3.Quando o local oferecer risco iminente. Obs.: em caso de risco iminente, o socorrista deve atentar para sua própria segurança.

COMO TRANSPORTAR

O método de transporte escolhido deve se adequar:

1.ao número de socorristas; 2.à força e habilidade dos socorristas; 3.aos tipos de lesão da vítima e seu estado de consciência; 4.ao peso da vítima; 5.à proporção de tamanho entre socorrista e vítima; 6.à proporção de tamanho entre os socorristas que vão transportar; 7.distância do local e tipo de terreno; 8.material disponível para auxiliar no transporte.

Orientações gerais

• Manter a vitima calma;
• Procure socorro;
• Evite mover a vitima;
• sinalizar o local onde ocorreu o acidente;
• ligar para socorro médico
Contatos para socorro especializado no Brasil

Em todo o território nacional, discar:

• Polícia: 190
• Emergência médica (SAMU): 192
• Bombeiros: 193
• Polícia de Trânsito - 194
• Polícia Rodoviária Federal: 191
• FONE 0800 ****** nas Rodovias sob concessão. Vale a pena ter tal telefone antes de pegar a estrada, visto que em tais rodovias costuma haver serviço de auxílio médico e mecânico ao usuário.
• CEATOX - Centro de Assistência Toxicológica - 0800 014 81 100
• Ligar para a família da pessoa

terça-feira, 28 de junho de 2011

Primeiros socorros PARTE I



Primeiros socorros

Primeiros socorros são uma série de procedimentos simples com o intuito de manter vidas em situações de emergência, feitos por pessoas comuns com esses conhecimentos, até a chegada de atendimento médico especializado.O melhor é obter treino em primeiros socorros antes de se precisar usar os procedimento em quaisquer situações de emergência.Diversas situações podem precisar de primeiros socorros. As situações mais comuns são atendimento de vítimas de acidentes automobilísticos, atropelamentos, incêndios, tumultos, afogamentos, catástrofes naturais, acidentes industriais, tiroteios ou atendimento de pessoas que passem mal: apoplexia (ataque cardíaco), ataques epilépticos, convulsões, etc.Tão importante quanto os próprios primeiros socorros é providenciar o atendimento especializado. Ao informar as autoridades, deve-se ser direto e preciso sobre as condições da(s) vítima(s) e o local da ocorrência.

Avaliação da cena ou sinistro

É muito importante salientar que para a abordagem de uma vítima primeiro você deverá ter idéia do contexto geral da situação, pois apenas com uma pré-avaliação do local é que se pode conhecer o tipo de vítima com a qual se está lidando. A ocorrência pode ser classificada como clínica (mal súbito, problemas fisiológicos) ou trauma (mecanismos de troca de energia). A avaliação da cena também é importante para que se possam dimensionar os riscos potenciais existentes na cena, prevenindo assim que a pessoa que tem o intuito de aplicar os primeiros socorros não se torne mais uma vítima da ocorrência. A Avaliação de Cena é divida em cinco fases: 1)Segurança - verificar se a cena é segura para ser abordada 2)Cinemática do Trauma - verificar como se deu o acidente ou sinistro 3)Bioproteção 4)Apoio 5)Triagem/Nr de Vítimas

Avaliação das condições gerais da vítima

Todo procedimento de primeiros socorros deve começar com a avaliação das condições da(s) vítima(s).Devem-se observar sinais (tudo o que se observa ao examinar uma vítima: respiração, pele fria, palidez, etc.), sintomas (é o que a vítima informa sobre si mesma: náusea, dor, vertigem, etc.) e sinais vitais (sinais cuja ausência ou alteração indica grave irregularidade no funcionamento do organismo. São eles: pulso (batimentos cardíacos), respiração, pressão arterial e temperatura. Existem estudos à luz das evidências científicas atuais que a dor pode ser considerada o quinto sinal vital, uma vez que somente os vivos sentem dor.Desta forma um ponto importante tanto para o socorrista profissional ou leigo será em primeiro momento avaliar o nível de consciência de sua vítima usando um parâmetro muito simples, chamado A.V.D.I.:

• A (ALERTA)
• V (VOZ)
• D (DOR)
• I (INCONSCIÊNCIA)

Em primeiro lugar, abordar a vítima independente do mecanismo sendo traumático ou clínico: se ao tocar na vítima o socorrista percebe uma reação espontânea, concluímos que ela está na fase A (ALERTA). Isto é um indício de que existe atividade neurológica: o cérebro está sendo suprido de oxigênio, pois para isto acontecer ele tem de estar estimulando o grupo muscular da respiração, como musculatura diafragmática e intercostal (caixa torácica).Já a fase V (VOZ) é percebida quando a vítima não responde ao ser chamada pelo nome. É bom lembrar que a audição é um dos últimos sentidos a serem perdidos antes de o cérebro entrar em estado de inconsciência.Não havendo nenhuma resposta à solicitação verbal estimularemos a D (DOR): feche a mão e com a área da dobra dos dedos friccionar o esterno da vítima, que fica localizado no meio do tórax, na junção das costelas. Havendo uma resposta muscular da vítima tanto em tentar inibir o estímulo ou qualquer outra que seja, saberemos que ainda existe uma atividade neurológica funcional, pois o cérebro ainda recebe oxigênio.Entretanto, se não houver nenhum tipo de resposta como em não estar em ALERTA, responsivo à VOZ ou à DOR, a vítima está no estágio de I (INCONSCIÊNCIA), no qual o cérebro não mais recebe oxigênio e por falta deste não haverá estímulo muscular. O que preocupa é a possibilidade da necrose, que é a morte de parte dos tecidos dos cérebro por escassez de oxigênio. Isso pode levar à paralisia, ao coma, e, em casos mais graves, à morte. Acontece também o que chamamos de relaxamento muscular generalizado, e o músculo da cavidade bucal, localizado imediatamente abaixo da língua, pode fazê-la inclinar-se para trás, o que obstrui a passagem de ar.

Assistência

Posição lateral de segurança (PLS)

A Posição Lateral de Segurança, pode ser utilizada em várias situações que necessitam de primeiros socorros, em que a vítima esteja inconsciente, mas a respirar e com um bom pulso, uma vez que esta posição permite uma melhor ventilação, libertando as vias aéreas superiores.Esta não deve ser realizada quando a pessoa:

• Não estiver a respirar;
• Tiver uma lesão na cabeça, pescoço ou coluna;
• Tiver um ferimento grave.

O que fazer

1. Com a vítima deitada, ajoelhe-se ao seu lado;

2. Vire a cara da vítima para si. Incline a cabeça desta para trás, colocando-a em hiperextensão, para abrir as vias aéreas e impedir a queda da língua para trás e a sufocação por sangue. Se a vítima estiver inconsciente, verifique a boca e remova possíveis materiais que possam estar dentro desta;

3. Coloque o braço da vítima que estiver mais próximo de si ao longo do corpo dela, prendendo-a debaixo das nádegas desta;

4. Coloque o outro braço da vítima sobre o peito dela;

5. Cruze as pernas da vítima, colocando a perna que estiver mais afastada de si por cima da canela da outra perna;

6. Dê apoio à cabeça da vítima com uma mão e segure a vítima pela roupa, na altura das ancas, virando-a para si;

7. Dobre o braço e a perna da vítima que estiverem voltadas para cima até que formem um certo ângulo em relação ao corpo;

8. Puxe o outro braço da vítima, retirando-o debaixo do corpo dela;

9. Certifique-se que a cabeça se mantém inclinada para trás de forma a manter as vias aéreas abertas.
Respiração

A respiração é crítica para a sobrevivência do organismo, e garanti-la é o ponto fundamental de qualquer procedimento de primeiros socorros. O cérebro tem lesões irreversíveis (necroses) em no máximo 6 minutos após a interrupção da respiração. Após 10 minutos, a morte cerebral é quase certa.Para verificar a respiração, flexione a cabeça da vítima para trás, coloque o seu ouvido próximo à boca do acidentado, e ao mesmo tempo observe o movimento do tórax. Ouça e sinta se há ar saindo pela boca e pelas narinas da vítima. Veja se o tórax se eleva, indicando movimento respiratório.Se não há movimentos respiratórios, isso indica que houve parada respiratória.

Abertura das vias respiratórias

O primeiro procedimento é verificar se há obstrução das vias aéreas do paciente. Para isso, deixe o queixo da vítima levemente erguido para facilitar a respiração. Usando os dedos, remova da boca objetos que possam dificultar a respiração: próteses, dentaduras, restos de alimentos, sangue e líquidos. Os movimentos do pescoço devem ser limitados, e com o máximo cuidado: lesões na medula podem causar danos irreparáveis. Também é bom ressaltar: nunca aproxime a mão ou os dedos na boca de uma vítima que esteja sofrendo convulsões ou ataques epilépticos.

Respiração artificial

É o processo mecânico empregado para restabelecer a respiração que deve ser ministrado imediatamente, em todos os casos de asfixia, mesmo quando houver parada cardíaca.Os pulmões precisam receber oxigênio, caso contrário ocorrerão sérios danos ao organismo no aspecto circulatório, com grandes implicações para o cérebro.A respiração artificial pode ser feita de cinco modos:

a) boca-a-boca
b) boca-nariz
c) boca-nariz-boca
d) boca-máscara
e) por aparelhos (entubação)
A máscara de respiração é obrigatória para preservar o socorrista do contágio de doenças. Sendo utilizado contato direto com o paciente apenas em situações adversas.

Procedimentos

Os procedimentos são os seguintes:

- deitar a vítima de costas sobre uma superfície lisa e firme;
- retirar da boca da vítima próteses (dentaduras, aparelhos de correção, se possível) e restos de alimentos, desobstruindo as vias aéreas;
- elevar com delicadeza o queixo da vítima, estabilizando a coluna cervical (é importante o cuidado com a medula e que a vítima não se movimente, especial atenção em casos de possível traumatismo);
- tapar as narinas com o polegar e o indicador e abrir a boca da vítima completamente;
- a partir dai o socorrista deverá respirar fundo, colocar sua boca sobre a boca da vítima (sem deixar nenhuma abertura) a soprar COM FORÇA por duas vezes seguidas , até encher os pulmões, que se elevarão;
- afastar-se, tomar novamente ar e repetir a operação em média 12 vezes por minuto, de maneira uniforme e sem interrupção (ou seja, a cada 5 segundos a pessoa deve repetir a operação).
É importante dizer que a ausência de pulsação requer o procedimento de compressão torácica externa (massagem pulmonar) ou reanimação cardíaca.
Asfixia/sufocação
Dependendo da gravidade da asfixia, os sintomas podem ir de um estado de agitação, palidez, dilatação das pupilas (olhos), respiração ruidosa e tosse, a um estado de inconsciência com parada respiratória e cianose (tonalidade azulada) da face e extremidades (dedos dos pés e mãos).
O que fazer

• Manobra de Heilmich
Se a asfixia for devido a um corpo estranho, proceda assim (numa criança pequena):

• Se o objeto estiver no nariz, peça à criança para assoar com força, comprimindo com o dedo a outra narina;

• Se for na garganta, abrir a boca e tentar extrair o objeto, se este ainda estiver visível, usando o dedo indicador em gancho ou uma pinça, com cuidado para não empurrar o objeto;

• Colocar a criança de cabeça para baixo, sacudi-la e dar tapas (não violentos, mas vigorosos) no meio das costas, entre as omoplatas, com a mão aberta.

Quando há algum objeto impedindo a passagem de ar, médicos muitas vezes se vêem obrigados a perfurar com uma caneta, ou objeto equivalente, a parte frontal inferior do pescoço, perfurando a pele onde há pequena cavidade (na parte final da laringe, já próximo da traquéia). Retirada a caneta, a pessoa pode passar a respirar pelo pequeno orifício. Destacamos contudo que tal procedimento deve ser adotado por pessoas com conhecimento avançado de anatomia, para que não sejam atingidas artérias, cordas vocais, etc.É válido ressaltar que ninguém pode ser condenado criminalmente por tentar salvar a vida de terceiro, ainda que no socorro acabe provocando lesões como a fratura de uma costela, fato comum na hipótese de reanimação cardíaca. É que na hipótese se verifica a excludente de ilicitude denominada Inexigibilidade de conduta diversa.[carece de fontes?]

Procedimentos que, em hipótese alguma, devem ser praticados

• Abandonar o asfixiado para pedir auxílio
• deixar o asfixiado nervoso

Crise asmática

A criança/jovem com asma é capaz de responder com uma crise de falta de ar em situações de exercício intenso (nomeadamente a corrida), conflito, ansiedade, castigos, etc. Caracteriza-se por uma tosse seca e repetitiva, dificuldade em respirar, respiração sibilante, audível, ruidosa (pieira e/ou farfalheira), ar aflito, ansioso, respiração rápida e difícil, pulso rápido, palidez e suores, e Prostração, apatia.Na fase de agravamento da crise a respiração é muito difícil, lenta e há cianose das extremidades, isto é, as unhas e os lábios apresentam-se arroxeados.

O que fazer

• Tranquilizar a situação. É importante ser capaz de conter a angústia e a ansiedade da criança/jovem, falando-lhe calmamente, e assegurando-lhe rápida ajuda médica;

• Manter a criança/jovem num local arejado onde não haja pó, odores ou fumaça;
• Colocá-lo numa posição que lhe facilite a respiração;

• Contactar e informar a família;

• Se tiver conhecimento do tratamento aconselhado pelo médico para as crises pode administrá-lo;

• Se não houver melhoria a criança deve ser transportada para o hospital.

Recomenda-se aos asmáticos "em crise" que deitem diretamente num chão de madeira ou num colchão fino para deixar a coluna reta.Em seguida, convém respirar com calma, pegando bastante ar com o nariz, com uso do diafragma, jogando o ar em direção ao estômago de modo a encher bem os pulmões. Após isso convém soltar o ar com a boca bem devagar esvaziando o máximo os pulmões sem pressa. Mantendo a seqüência a pessoa recupera o controle da respiração.Se alguém estiver junto pode colocar a mão (sem fazer peso) sobre o pulmão do asmático para acalmá-lo.É bom cuspir qualquer secreção decorrente do apontado exercício respiratório.

Convulsão

É muitas vezes conhecida por “ataque” e caracteriza-se por alguns dos seguintes sinais e/ou sintomas:
• movimentos bruscos e incontrolados da cabeça e/ou extremidades,
• perda de consciência com queda desamparada,
• olhar vago, fixo e/ou “revirar dos olhos”,
• “espumar pela boca”,
• perda de urina e/ou fezes,
• morder a língua e/ou lábios.
• morder a unha ou dedos

O que fazer

• Afastar todos os objectos onde a pessoa possa se machucar;

• Proteger a vítima contra os traumatismos, amortecendo a cabeça com almofadas ou casacos ou ainda com as mãos;

• Ter o devido cuidado para não colocar os dedos na boca da vítima durante a crise.
• Tomar o ambiente calmo afastando os curiosos;

• Anotar a duração da convulsão;

• Acabada fase de movimentos bruscos colocar a pessoa na Posição Lateral de Segurança;
• Manter a criança/jovem num ambiente tranqüilo e confortável;

• Avisar os pais;

• Enviar ao Hospital sempre que:

• for a primeira convulsão
• durar mais de 8 a 10 minutos
• se repetir
• manter as roupas afroxadas

Circulação

Avaliação

A circulação é inicialmente avaliada através do pulso: a onda de pressão que é sentida quando o coração bombeia o sangue através das artérias, indicando as condições cardíacas.É sentida nas artérias carótidas, que se localizam uma a cada lado do pescoço, ao lado do pomo-de-adão, no sulco entre a traquéia e o músculo do pescoço. Existem diversos outros pontos onde se pode sentir o pulsar das artérias, entre elas a artéria radial (logo abaixo da mão). O pulso deve ser sentido com os dedos indicador e médio, que devem pressionar levemente o local.Dada a complexidade da avaliação do pulso, em formações para leigos, a medição do pulso foi eliminada, na medida em que seriam precisos mais que 10 segundo de VOSP para uma correcta medição do pulso. Dado isto, os sinais de circulação são avaliados pela existência de tosse, movimentos corporais voluntários (excluir convulsões, espasmos) e sinais respiratórios.

Massagem cardíaca

É o procedimento mecânico para reanimação do coração em caso de parada cardíaca. Deve ser feita da seguinte forma.

1. Posicione-se ao lado da vítima, na altura do tórax; A vítima deverá se achar em decúbito dorsal (barriga para cima), sobre superfície dura e plana.

2. Encontre o apêndice xifóide e conte dois dedos acima), posicione a mão dominante com a palma para baixo e intercale os dedos com a segunda mão; (O lugar preciso para aplicação da pressão também pode ser encontrado a partir do esterno: localiza-se o final do osso entre as costelas (esterno) e dois/três dedos acima dele) coloque a palma de sua mão esquerda e sobre o dorso da mesma a mão direita. Os dedos deverão se achar entrelaçados;

3. Estique os braços e realize a força com o peso do corpo (a compressão deve ter o vigor necessário para gerar um afundamento de 4 a 5 cm).

4. Realize 30 compressões seguidas (a uma frequência de, no mínimo, 100 compressões por minuto), antes de reavaliar o pulso, se houver parada respiratória, intercalar 2 ventilações a cada 30 compressões e realizar 5 ciclos:

30 massagens e 2 respirações (x5)

Ao final reavaliar o pulso carotídeo e se não houver sucesso, repetir o procedimento.A pressão realizada no tórax contra uma superfície rígida provoca uma compreensão do coração entre o externo e a coluna dorsal e um aumento da pressão intra-torácica, provocando o esvaziamento ativo e enchimento passivo das cavidades do coração fazendo o sangue circular por todo o organismo.

Hemorragias

É o derramamento de sangue para fora dos vasos que devem contê-lo com repercussão clínica ou laboratorial (exames), por menor que seja.Sendo utilizado para transportar oxigênio, nutrientes para as células, bem como gás carbônico e outras excretas para os órgãos de eliminação, o sangue constitui-se como o meio de inquestionável importância, tanto na respiração, nutrição e excreção, como na regulação corpórea, transportando hormônios, água e sais minerais para a manutenção de seu equilíbrio. O volume circulante em um adulto varia em torno de 5 a 6 litros, levados em conta a relação de 70ml por kg de peso corporal, o que corresponde, por exemplo, a 4.900ml de sangue em uma pessoa de 70kg.Havendo uma diminuição brusca do volume circulante, como a que ocorre em uma grande hemorragia, o coração poderá ter sua ação como bomba comprometida, o que chegando a determinados níveis, levará a vítima a um colapso circulatório, podendo resultar e morte.

Classificação da hemorragia quanto à localização

Hemorragia externa

Sangramento "exterior ao corpo"; normalmente é facilmente visualizada. Pode ser oriunda de estruturas superficiais, ou mesmo de áreas mais profundas através de aberturas ou orifícios artificiais (comuns nos traumas). Normalmente pode ser controlada utilizando-se técnicas de primeiros socorros.

Hemorragia interna

Hemorragia das estruturas mais profundas podendo ser oculta ou exteriorizada, como ocorre em sangramento no estômago, em que a vítima expele o sangue pela boca. A hemorragia interna é mais grave devido ao fato de não podermos visualizá-la, o que faz com que não saibamos a extensão das lesões. O tratamento necessariamente deve ser realizado em ambiente hospitalar, cabendo ao socorrista apenas algumas manobras que visam evitar que o estado de choque se instale.


Classificação da hemorragia quanto ao tipo do vaso rompido

Hemorragia arterial

O sangramento ocorre em jatos intermitentes, no mesmo ritmo das contrações cardíacas. Sua coloração é um vermelho claro. A pressão arterial torna este tipo de hemorragia mais grave que um sangramento venoso devido à velocidade da perda sanguínea.

Hemorragia venosa

Sangramento contínuo de coloração vermelho escuro, pobre em oxigênio e rico em gás carbônico.

Hemorragia capilar

Sangramento contínuo com fluxo lento, como visto em arranhões e cortes superfíciais da pele. Obs: considerando que as artérias estão localizadas mais profundamente na estrutura do corpo, as hemorragias venosa e capilar são mais comuns do que a do tipo arterial.

Consequências das hemorragias

Uma grande hemorragia não tratada pode conduzir a vítima a um estado de choque e consequentemente a morte. Já sangramentos lentos e crônicos podem causar anemia (baixa quantidade de glóbulos vermelhos).

Sinais e sintomas

Os sinais e sintomas da hemorragia, apresentados por uma vítima, variam de acordo com a quantidade de sangue perdida e a velocidade deste sangramento.
mais de 50%

• Morte iminente
de 30 a 50%
• Consciência diminuída
• Respiração rápida
• Taquicardia (frequência maior que 120 bpm)
• Pressão baixa
• Estado de choque
de 15 a 30%
• Pulso fraco
• Sudorese
• Sede
• Pele fria
• Ansiedade
• Respiração (maior que 20 resp/min)
• Taquicardia (100 a 120 bpm)
• Enchimento capilar (maior que 2seg)

O que fazer

• Deitar horizontalmente a vítima (facilita a circulação sanguínea entre o coração e o cérebro);
• Se for possível calçar luvas descartáveis;

• Aplicar sobre a ferida uma compressa esterilizada ou, na sua falta, um pano lavado (de modo a limitar o risco de infecção), exercendo uma pressão firme com uma ou as duas mãos, com um dedo ou ainda com uma ligadura limpa, conforme o local e a extensão do ferimento;

• Se o penso ficar saturado de sangue, colocar outro por cima, mas sem retirar o primeiro;

• Fazer durar a compressão até a hemorragia parar (pelo menos 10 minutos). Caso a hemorragia não parar deve ser comprimida a artéria;

• A pressão manual no local deve ser em seguida substituída com uma ligadura compressiva;

• Quando a hemorragia parar, deve ser aplicado um penso compressivo.

Durante este procedimento, deve-se:

• Acalmar a vítima, mantendo-a acordada;
• Mantê-la confortavelmente aquecida;
• Não a deixar comer ou beber.

Se se tratar de uma ferida dos membros com hemorragia abundante pode ser necessário aplicar um garrote ou torniquete. Este pode ser feito com esfignomanômetro (aparelho de pressão) deve ser aplicado logo acima do ferimento. Este tipo de procedimento não é indicado a pessoas leigas, pois pode ocorrer a necrose (morte) do membro por falta de circulação/oxigenação.

Hemorragia nasal

A hemorragia nasal é causada pela ruptura de vasos sanguíneos da mucosa do nariz. Caracteriza-se pela saída de sangue pelo nariz, por vezes abundante e persistente, e se a hemorragia é grande o sangue pode sair também pela boca.

 O que fazer

• sentar a pessoa com o tronco inclinado para a frente para evitar a deglutição do sangue;

• comprimir com o dedo a narina que sangra;

• aplicar gelo ou compressas frias exteriormente;

• não permitir assoar;

• se a hemorragia não para, introduzir na narina que sangra um tampão coagulante ou compressa, fazendo pressão para que a cavidade nasal fique bem preenchida.

O que NÃO fazer

• deitar a vítima;

• colocar água oxigenada ou qualquer desinfectante.

Nota: Se a hemorragia persistir mais de 10 minutos, transportar a vítima para o Hospital.
Hemorragia na palma da mão

• O ferido deve fechar fortemente a mão sobre um rolo de compressas esterilizadas ou, na sua falta, um rolo de pano lavado, de modo a fazer compressão sobre a ferida;

• Colocar em seguida uma ligadura ou pano dobrado à volta da mão;

• Colocar o braço ao peito com a ajuda de um lenço grande, mantendo a mão ferida bem levantada.

Nota: O caso de uma hemorragia abundante, é uma situação grave que necessita de transporte urgente para o hospital. Deve-se portanto, chamar uma ambulância, nunca se devendo transportar sozinho um ferido para o hospital, uma vez que os solavancos durante o transporte podem interromper o afluxo do sangue ao coração.

Ataque cardíaco (Apoplexia)

Um ataque cardíaco acontece quando parte de seu coração não recebe oxigênio em quantidade suficiente.O coração é um músculo e como os outros do corpo, precisa de oxigênio, que é fornecido pelo sangue dos vasos sangüíneos, conhecidos como artérias coronárias. Um coágulo sangüíneo em uma dessas artérias pode bloquear o fluxo de sangue para o músculo cardíaco o que acarreta prejuízos ao coração e a depender do tempo de duração deste bloqueio, uma parte do coração necrosa (morre) fazendo com que pare de funcionar corretamente.Ataques cardíacos podem ocorrer caso seu coração passe a precisar subitamente de mais oxigênio durante exercícios intensos. Tanto homens como mulheres têm ataques cardíacos, risco este que aumentam com a idade.Placas de ateroma (fragmentos de colesterol) podem crescer no interior das artérias diminuindo seu diâmetro. Além disso, coagulos sangüíneos podem então se formar nesta artéria estreitada e bloqueá-la.

Sintomas

• Dor no do peito irradiando para o lado esquerdo
• Dor no ombro, braço, barriga ou mandíbula
• Falta de ar
• Suor intenso
• Náuseas
• Fraqueza ou tontura
• Palidez

Ataques cardíacos são possíveis durante descanso ou exercícios, portanto é importante que mantenha seu médico informado de possíveis riscos.

Diagnóstico

O médico o examinará e perguntará sobre seu histórico médico. Pode ser necessário a realização de alguns exames para que se verifique como o seu coração está trabalhando.
Exames

• ECG (eletrocardiograma)
• Ecocardiograma
• CPK (Fosfoquinase)
• CK-MB (Creatinofosfoquinase e Fração MB da Creatinofosfoquinase
• Troponinas T e I
• Mioglobina
Tratamento
• Permanecerá no hospital por 2 a 7 dias.
• Receberá oxigénio , por um determinado período, para melhorar a função e oxigenação do músculo cardíaco.
• Realizará um austerismo cardíaco ( cinematografia e ventricular) para verificar qual artéria do coração ( coronária ) está danificada (bloqueada totalmente ou parcialmente) e quanto da função cardíaca foi avariada , e assim realizar uma coroplastia imediatamente ou programar autoplastia ou vascularização miocárdio ou tratamento clínico.
• Pode ser necessário a realização de uma cirurgia para abrir ou criar um caminho acessório (bypass) para a artéria bloqueada.
• Poderá receber medicação para dissolver o coágulo.
• Outros medicamentos podem ser administrados.
Todo esse tratamento é a critério médico.
Assim que melhore, o médico criará um programa de cuidados. Quando for para casa, pode ser necessário que use um pequeno monitor cardíaco nos primeiros dias que gravará os batimentos cardíacos.

Cuidados

• Siga o plano de tratamento feito por seu médico.
• Coma alimentos saudáveis, pobres em gordura e sal.
• Perca peso, se necessário. Mantenha-se no seu peso ideal.
• Inicie a realização de exercícios quando seu médico liberar para tal atividade e aumente a intensidade dos mesmos de acordo com as recomendações.
• Não fume.
• Tenha sempre disponível a sua medicação. A criação de uma lista com os nomes, as dosagens, e os horários que deve tomar é útil.
• Tente manter seu colesterol normal.
• não esquecer de tomar água com açúcar ou sal
Consiga informações específicas de seu médico sobre as providências a serem tomadas ao sentir dor no peito, incluindo:
• Quais medicações deve tomar.
• Quando chamar o médico.
• Quando chamar um serviço de emergência.
Chamar o serviço de emergência no momento apropriado aumenta a chance de permanecer vivo e também diminui os danos ao coração.

Prevenção

Existem muitas maneiras de se proteger o coração e diminuir os riscos:

• Não consumir drogas
• Se tem diabetes, tente mantê-lo sob controle.
• Alimente-se bem.
• Controle a sua pressão sanguínea.
• Coma alimentos pobres em gordura e sal.
• Pratique exercícios regularmente.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Plantas que curam


O tratamento à base de plantas medicinais, ou fitoterapia, está ganhando força inédita no Brasil. Cerca de 2 mil produtos aguardam registro no Ministério da Saúde, número quase 10 vezes maior do que está disponível no mercado hoje. Além disso, muitas pessoas procuram chás e compostos naturais para tratar os mais diferentes males. Mas os especialistas alertam que o uso inadequado das plantas pode acarretar danos à saúde.Em fevereiro, o governo federal criou uma norma para facilitar a regulamentação dos medicamentos fitoterápicos. Produtos feitos a partir de 13 vegetais (alcachofra, alho, babosa, boldo, calêndula, camomila, confrei, erva doce, gengibre, hortelã, melissa, maracujá e sene) não necessitam mais realizar estudos farmacológicos e toxicológicos para obter registro legal. Classificados como tradicionais, podem ser respaldados por estudos previamente realizados e pela literatura técnica.

– Faltava o Brasil se adequar a essa tendência mundial – afirma o assessor da gerência geral de medicamentos da Secretaria Nacional da Vigilância Sanitária, Edmundo Machado Netto.Entre os males que podem ser combatidos com a ajuda da natureza estão a pressão alta, queimaduras, cortes na pele, gripe, tosse e prisão de ventre. Muitos defensores das plantas medicinais também pregam seu uso para tratar doenças como câncer e diabetes, mas até agora não existe comprovação científica dos resultados.– O ideal é sempre manter acompanhamento médico e evitar a automedicação – afirma o professor de Botânica e Ecologia da Universidade Federal do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) Clemente Steffen.Steffen argumenta que o capim-cidró, por exemplo, é um bom tranqüilizante, mas pode fazer mal para quem sofre de pressão baixa. O uso de plantas mais cáusticas como aveloz e losna deve ser bem-orientado para evitar irritação de olhos e mucosas, por exemplo. O biólogo Rodrigo Magalhães lembra que até há algum tempo era comum o consumo do confrei. Hoje sabe-se que seu uso interno provoca danos ao fígado.

– A velha máxima das plantas medicinais de que se não cura, mal não faz, é um mito – adverte Steffen.O professor do curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Eloir Schenkel coleciona em uma pasta as aberrações que ele coletou no mercado formal e informal de ervas. O “monstruário”, como ele chama, conta com uma embalagem em que a fórmula do medicamento aparece de duas maneiras diferentes e recortes de jornal sobre mortes provocadas por plantas tóxicas, por exemplo.

Um dos itens mais interessantes da coleção é uma bula que promete acabar com as seguintes doenças: tumores cancerígenos diversos, leucemia, diabetes, bronquite, reumatismo, Mal de Chagas, picadas de cobras e insetos, verrugas, insônia e até “embriaguez ocasional”.– É uma fraude. O consumidor tem de desconfiar de produtos que prometem demais. Isso não existe – garante.



 Espinheira-santa
Por: Rose Aielo Blanco
 
Na medicina popular, a espinheira-santa é famosa no combate
à úlcera e outros problemas estomacais.


Conhecida pelos índios há muitos anos, a espinheira-santa (Maytenus ilicifolia) ganhou esse nome justamente pela aparência de suas folhas, que apresentam espinhos nas margens e por ser um "santo remédio" para tratar vários problemas. Na medicina popular, a espinheira-santa é famosa no combate à úlcera e outros problemas estomacais. Ao que parece, a fama é merecida: na Universidade Estadual de Campinas (SP), farmacologistas analisaram a planta em ratos com úlcera e, segundo os pesquisadores, "nos que tomaram o seu extrato, o tamanho da lesão diminuiu muito rapidamente e, em comparação com os remédios convencionais, espinheira-santa provoca menos efeitos nocivos". A pesquisa prossegue, para determinar qual é o componente exato do vegetal responsável pelo efeito medicinal.

A espinheira-santa, além de indicada contra vários males do aparelho digestivo, era muito usada no passado pelos índios brasileiros com outra finalidade: eles usavam suas folhas no combate a tumores (esse uso pode ter gerado um dos seus nomes populares - erva-cancerosa)

A planta, pertencente à Família das Celastráceas, é originária do Brasil e pode ser encontrada na região que vai de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, sendo mais abundante nas matas do sul do Paraná. Também conhecida popularmente como espinho-de-deus, salva-vidas, sombra-de-touro, erva-cancerosa e espinheira-divina, a espinheira-santa é uma planta perene, de porte arbóreo-arbustivo, que atinge cerca de 2 a 3 metros de altura. Suas folhas são inteiriças e apresentam espinhos nas bordas, enquanto que as flores, axilares, apresentam coloração amarelo-esverdeada. A planta produz frutos pequenos e vermelhos.A propagação da planta se dá por meio de sementes e o cultivo dá bons resultados em regiões de clima ameno.Usos: As folhas, frescas ou secas, são utilizadas no preparo de infusões para uso interno e externo. O efeito cicatrizante também pode ser observado no tratamento de problemas da pele.O chá de espinheira-santa é contra-indicado para gestantes e lactantes, pois reduz a produção de leite.O uso medicinal mais comum da Espinheira Santa é para o tratamento de gastrites e úlceras gástricas e duodenais. A indicação popular do chá feito das folhas da Espinheira Santa foi comprovada cientificamente por vários pesquisadores (Carlini & Bráz, 1988; Faleiros et al., 1992; Ferreira et al., 1996; e Carvalho et al., 1997).


OUTRAS PLANTAS E SUAS FUNÇÕES:

ALCACHOFRA – Artemisia alba: contém muito ferro e cálcio. Repõe os sais  minerais do organismo. Usam-se as folhas da base da planta. O chá é tônico, diurético, preventivo e curativo das afecções do fígado, da bílis estômago, rins e bexiga. Útil nos casos de diabetes, colesterol elevado. Arteriosclerose, tireóide, hipertensão, asma afecções dos pulmões e doenças de pele. Evitar o chá na lactação.

ARRUDA – Ruta graveolens: a arruda contém propriedades tóxicas. Evitar na gravidez. É normalizadora do ciclo menstrual. Boa para dor de cabeça, dor de dente e de ouvido (amassar um galhinho com um pouco d’água, ou um chumaço de algodão junto ao ouvido ou no dente). Também para gases, incontinência da urina, fraqueza dos vasos sangüíneos, calmante e como antiinfecciosa. Para ressacas, embriaguês e indigestão.

ALECRIM - Rosmarinusofficinalis: toma-se o  chá das folhas para clorose, inapetência, histeria, nervosismo, indigestão, tosses, bronquites e asma. Provoca suor, é depurativo do sangue, tônico para o coração e anti-reumático, é usado também para banhos de pele e do cabelo e para caspa.

BABOSA – Aloe vera: toma-se em jejum durante uma semana para males do fígado, icterícia, prisão de ventre, bílis e estômago. O sumo triturado com mel é usado para bronquites e certos tipos de câncer. O uso interno deve ser evitado para gestantes, por quem sofre dos ovários, bexiga, hemorróidas e rins. Usa-se o líquido externamente para reumatismo, varizes, hemorróidas , doenças da pele, tumores, queimaduras e para prevenir rugas e flacidez. Embeleza e fortalece o cabelo, evitando a queda e a caspa.

BARDANA – Arctium lappa: é depurativo e diurético. Serve para bronquite, cachumba, cálculos biliares e da bexiga, cólicas hepáticas, gastrite, pólipos. O chá da raiz é usado em intoxicações, afecções internas, afecções da pele, dermatoses, furúnculos. Lavar o couro cabeludo evita a queda e revitaliza os cabelos. Com a folha aquecida e banha se faz compressas para reumatismos, eczemas e feridas.

BOLDO:  Falso boldo – Coleeus barbatus: o chá das folhas é usado para problemas digestivos, do fígado, estômago, intestino e azia. Serve para curar a ressaca por excesso de bebida. Aplicado externamente também combate o reumatismo, a hidropsia e problemas de pele. Boldo-graudo – Vernonia condensata: o chá de uma ou duas folhas por xícara, em decocção ou infusão se usa para distúrbios do fígado, para bílis, vesícula, contra dores de cabeça e ressacas alcoólicas.

CAATINGA-DE-MULATA – Tanacetum vulgare: o chá é utilizado para perturbações digestivas, icterícia, inflamações nos olhos, dores de dente; é diurético, provoca menstruação. Não usar durante a gravidez. Útil para fazer banhos em problemas de reumatismo, erisipelas e para estancar o sangue. A flor é vermífuga.

CAPIM- LIMÃO – Cymbopogon citratus:  o chá é usado como digestivo, para gases, reumatismo e  dores nos músculos, como calmante, nas ansiedades, para baixar a febre e provocar suor. Abaixa a pressão!
 
CARQUEJA – Baccharis crispa: o chá das raízes é diurético, indicado para combater azias, males do fígado, sinusites, doenças da pele e venéreas.
 
CAVALINHA – Equisetum arvense: é rica em minerais. O seu chá fortalece o organismo todo, combate tuberculoses, hemorragias internas, problemas de bexiga, de incontinência urinária, de rins e úlceras gástricas. É cicatrizante, regenerando rapidamente os tecidos. Bom para próstata, osteoporose, perda de sangue no nariz, boca, e também para celulite.
 
CONFREI – Sinphytum officinale: usado internamente possui várias propriedades mas limita-se ao uso externo das folhas, sua inclusão em formulações de medicamentos é proibida no Brasil, necessitando ainda muitas pesquisas em seres humanos. Os rizomas secados ao sol são indicados para cicatrização de feridas e fraturas, para rachaduras na pele, nos seios, no ânus, para lavar feridas varicosas, úlceras, queimaduras, psoríase e outras inflamações.
 
QUEBRA-PEDRA – Phyllanthusnururi: as folhas em infusão, 3 xícaras ao dia, servem para eliminar cálculos renais, para problemas de inflamação dos rins, bexiga e fígado, vesícula, ácido úrico, amarelão (hepatite) e diabete. Podem ser  usadas folhas e flores.
 
GENGIBRE – Zingiber officinalis: a raiz é usada em infusão para casos de gripe, resfriados, tosses, catarro, rouquidão, bronquite e afonia, para fraqueza do estômago, cólicas e gases presos. Também com a raiz faz-se compressas para dores reumáticas e nevralgias.

HORTELÃ – Mentha spp: digestão, gases, cólicas, náuseas, como calmante dos nervos, insônia, para bílis, amarelão e como expectorante. O sumo das folhas pode ser aplicado com algodão em nevralgias, dores de dente  e de cabeça, picadas de insetos, e tomados durante vários dias com mel funciona como vermífugo.
 
LARANJEIRA – Citrus aurantiu: a flor da laranjeira em maceração tem função contra espasmos, nervosismo e insônia e com mel aplicada no rosto, funciona como antiinflamatória e bactericida, livrando a pele de impurezas. As folhas também são calmantes e combatem a insônia, febres, gripes e resfriados. O bagaço e a  parte branca cura a prisão de ventre. Comer laranja em jejum estimula as funções do fígado e da bilis. Previne as doenças degenerativas por falta de vitamina C e ajuda na assimilação do cálcio.
 
MALVA – Malva parviflora: os vários tipos de malva, raiz e folhas, servem para qualquer tipo de infecção, de inflamação: boca, garganta, laringe faringe, olhos, ouvidos, estômago, úlceras, rins, bexiga, ovários, nervos, hemorróidas, para mau hálito, em picadas de insetos e como cicatrizante.

MANJERONA – Origanum majorana: as folhas trituradas com banha ou óleo, aplicadas em cataplasma na barriga das crianças, ajuda a expelir os gases e acalma as cólicas, aplicadas no nariz desprendem o catarro. O mesmo procedimento para dores reumáticas. Como tempero facilita a digestão, abre o apetite e evita gases e cólicas.

MIL-EM-RAMA, pronto-alívio – Achillea millefolium: usada tanto raiz como partes aéreas. Indicado em hemorragias internas e externas: uterinas, dos pulmões, de hemorróidas, feridas, úlceras queimaduras e varizes. É analgésica, para cólicas, dores de estômago, de dente e cãibras. É atiinflamatória, para bexiga, incontinência urinária, rins, intestinos, baixar a febre e abaixa a pressão! 

PARIPAROBA  – Piper dilatatum: o chá das folhas têm ação sobre o estômago, fígado, baço e pâncreas, úlceras, reumatismos e hemorróidas. Tem ação antiinflamatória e cicatrizante. Alivia crises de bronquite e asma. As folhas podem ser colocadas sobre feridas e tumores e a raiz nos casos de dor de dente.

PULMONÁRIA  – Sthachys byzantina: uma colher de folhas frescas picadas, para uma xícara em infusão é remédio para asma, tosse e obstrução das vias respiratórias. Externamente cura feridas.

MILHO (cabelo de milho) – Zea mays: o cabelo do milho novo, fresco ou seco, em infusão purifica o sangue, sendo poderoso diurético, desinflama e combate infecções da vesícula dos rins e da bexiga, elimina o ácido úrico, dissolve areias e cálculos renais e diminui dores. Baixa a pressão! Secar ao sol e guardar dentro de um pote de vidro, bem tapado.

SALVIA – Salvia officinalis: além de tempero serve para o corpo e a mente. Usam-se as folhas e flores. Combate depressão, fraqueza, diabete, colesterol, males da menopausa, dificuldade de digestão, menstruação dolorosa, tosse e catarros; é estimulante, analgésica, antiinflamatória e tônica em geral. Clareia e limpa os dentes com as folhas, alivia o mau hálito, escurece os cabelos e provoca excesso de suor. Em gargarejo serve para aftas, gengivites, inflamação da garganta e laringite. Não aconselhável na lactação e gestação.

TANCHAGEM, Tansagem – Plantago major: usam-se as folhas, sementes e raiz. Ação antiinflamatória, cicatrizante, diurética, tônica e depurativa, indicada para limpeza das vias respiratórias (fumantes), gripes, como expectorante, diarréias, inflamações nos rins e estômago. Em gargarejos funciona como antibiótica, bactericida e antiinflamatória para a garganta, ouvidos, em casos de gengivite, piorréia, laringite, amigdalite, lavagem de feridas, tumores, doenças da pele, infecções nas partes genitais, dores no bico dos seios e inflamação dos olhos.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A Mata Atlântica

A Mata Atlântica é um bioma presente na maior parte no território brasileiro, abrangendo ainda parte do território do Paraguai e da Argentina. As florestas atlânticas são ecossistemas que apresentam árvores com folhas largas e perenes. Abriga árvores que atingem de 20 a 30 metros de altura. Há grande diversidade de epífitas, como bromélias e orquídeas. Não deve ser confundida com a Floresta Amazônica, ou Selva Amazônica, que é um outro bioma presente na América do Sul.

Foi a segunda maior floresta tropical em ocorrência e importância na América do Sul, em especial no Brasil. Acompanhava toda a linha do litoral brasileiro do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte (regiões meridionais e nordeste). Nas regiões Sul e Sudeste a Mata Atlântica chegava até a Argentina e o Paraguai. Cobria importantes trechos de serras e escarpas do Planalto Brasileiro, e era contínua com a Floresta Amazônica. Em função do desmatamento, principalmente a partir do século XX, encontra-se hoje extremamente reduzida, sendo uma das florestas tropicais mais ameaçadas do globo. Apesar de reduzida a poucos fragmentos, na sua maioria descontínuos, a biodiversidade de seu ecossistema é uma dos maiores do planeta. Seu clima é subtropical e tropical.

Descobrimento e exploração

Logo em seguida ao descobrimento, grande parte da vegetação da Mata Atlântica foi destruída devido à exploração intensiva e desordenada da floresta. O pau-brasil foi o principal alvo de extração e exportação dos exploradores que colonizaram a região e hoje está quase extinto. O primeiro contrato comercial para a exploração do pau-brasil foi feito em 1502, o que levou o Brasil a ser conhecido como "Terra Brasilis", ligando o nome do país à exploração dessa madeira avermelhada como brasa. Outras madeiras de valor também foram exploradas até a beira da extinção: tapinhoã, sucupira, canela, canjarana, jacarandá, araribá, pequi, jenipaparana, peroba, urucurana e vinhático.


Vale da Serra do Mar retratado por Rugendas cerca de 1835

Os relatos antigos falam de uma floresta densa aparentemente intocada, apesar de habitada por vários povos indígenas com populações numerosas. A Mata Atlântica fez parte da inspiração utópica para o renascimento do mito do paraíso terrestre, em obras como as de Tommaso Campanella e Bacon.
No nordeste brasileiro a extinção foi quase total, o que agravou as condições de sobrevivência da população, causando fome, miséria e êxodo rural só comparados às regiões mais pobres do mundo. Nesta região, seguindo a derrubada da mata, vieram as plantações de cana-de-açúcar mais ao sul na região sudeste, foi a cultura do café a principal responsável pela destruição em massa da vegetação nativa, restando uma área muito pequena para a preservação de espécies que estão em risco devido a poluição ambiental ocasionada pela emissão industrial de agentes nocivos à sua sobrevivência como por exemplo no município de Cubatão S.P.; mais ao sul na região sul a exploração predatória da Mata Atlântica devastou o ecossistema da Floresta das Araucárias devido ao valor comercial da madeira pinho extraída da Pinheiro-do-paraná.

Floresta virgem às margens do rio Paraíba do Sul retratada por Rugendas cerca de 1835

Além da exploração predatória dos recursos florestais, houve também um significativo comércio de exportação de couros e peles de onças (que chegou ao preço de um boi), antas, cobras, capivaras, cotias, lontras, jacarés, jaguatiricas, pacas, veados e outros animais, de penas e plumas e carapaças de tartarugas.

Ao longo da história, personagens como José Bonifácio de Andrada e Silva, Joaquim Nabuco e Euclides da Cunha protestaram contra esse modelo predatório de exploração.

Hoje, praticamente 90% da Mata Atlântica em toda a extensão territorial brasileira está totalmente destruída. Do que restou, acredita-se que 75% está sob risco de extinção total, necessitando de atitudes urgentes de órgãos mundiais de preservação ambiental às espécies que estão sendo eliminadas da natureza de forma acelerada. Os remanescentes da Mata Atlântica situam-se principalmente nas Serras do Mar e da Mantiqueira, de relevo acidentado, além de pequenos trechos, contudo, consideráveis, no Sul da Bahia, destacando-se a cidade de Ilhéus, citada constantemente nos romances do escritor brasileiro Jorge Amado.

Exemplos claros da destruição da mata são a Ilha Grande, Serra da Bocaina e muitas regiões do estado do Rio de Janeiro.

Entre 1990 e 1995, cerca de 500.317 ha foram desmatados. É a segunda floresta mais ameaçada de extinção do mundo. Este ritmo de desmatamento é 2,5 vezes superior ao encontrado na Amazônia no mesmo período.

Em relação à exuberância do passado, poucas espécies sobreviveram à destruição intensiva. Elas se encontram nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, sendo que existe a ameaça constante da poluição e da especulação imobiliária.

Biodiversidade

Rã-bugio (Physalaemus olfersi), espécie de rãzinha, uma das riquezas da biodiversidade da Mata Atlântica.

Nas regiões onde ainda existe, a Mata Atlântica caracteriza-se pela vegetação exuberante, com acentuado higrofitismo. Entre as espécies mais comuns encontram-se algumas briófitas, cipós, e orquídeas.

A fauna endêmica é formada principalmente por anfíbios (grande variedade de anuros), mamíferos e aves das mais diversas espécies. É uma das áreas mais sujeitas a precipitação no Brasil. As chuvas são orográficas, em função das elevações do planalto e das serras.

A biodiversidade da Mata Atlântica é semelhante à biodiversidade da Amazônia. Há subdivisões do bioma da Mata Atlântica em diversos ecossistemas devido a variações de latitude e altitude. Há ainda formações pioneiras, seja por condições climáticas, seja por recuperação, zonas de campos de altitude e enclaves de tensão por contato. A interface com estas áreas cria condições particulares de fauna e flora.

A exuberância da biodiversidade.

A vida é mais intensa no estrato alto, nas copas das árvores, que se tocam, formando uma camada contínua. Algumas podem chegar a 60 m de altura. Esta cobertura forma uma região de sombra que cria o microclima típico da mata, sempre úmido e sombreado. Dessa forma, há uma estratificação da vegetação, criando diferentes habitats nos quais a diversificada fauna vive. Conforme a abordagem, encontram-se de seis a onze estratos na Mata Atlântica, em camadas sobrepostas.

Da flora, 55% das espécies arbóreas e 40% das não-arbóreas são endêmicas ou seja só existem na Mata Atlântica. Das bromélias, 70% são endêmicas dessa formação vegetal, palmeiras, 64%. Estima-se que 8 mil espécies vegetais sejam endêmicas da Mata Atlântica.

Observa-se também que 39% dos mamíferos dessa floresta são endêmicos, inclusive mais de 15% dos primatas, como o Mico-leão-dourado. Das aves 160 espécies, e dos anfíbios 183, são endêmicas da Mata Atlântica.

Flora


Orquídea

Se você fizer uma viagem do nordeste ao sul do Brasil, pelo litoral e pelos planaltos interioranos, não irá admirar simplesmente a bela paisagem da Mata Atlântica, mas sim uma série de ecossistemas com características próprias como a Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Estacional Semidecidual, Estacional Decidual, além de ecossistemas associados como os campos de altitude, brejos interioranos, manguezais, restingas e ilhas oceânicas no litoral.

Tal variedade se explica pois, em toda sua extensão, a Mata Atlântica é composta por uma série de ecossistemas cujos processos ecológicos se interligam, acompanhando as características climáticas das regiões onde ocorrem e tendo como elemento comum a exposição aos ventos úmidos que sopram do oceano. Isso abre caminho para o trânsito de animais, o fluxo gênico das espécies e as áreas de tensão ecológica, onde os ecossistemas se encontram e se transformam.

É fácil entender, portanto, porque a Mata Atlântica apresenta estruturas e composições florísticas tão diferenciadas. Uma das florestas mais ricas em biodiversidade no Planeta, a Mata Atlântica detém o recorde de plantas lenhosas (angiospermas) por hectare (450 espécies no Sul da Bahia), cerca de 20 mil espécies vegetais, sendo 8 mil delas endêmicas, além de recordes de quantidade de espécies e endemismo em vários outros grupos de plantas. Para se ter uma ideia do que isso representa, em toda a América do Norte são estimadas 17.000 espécies existentes, na Europa cerca de 12.500 e, na África, entre 40.000 e 45.000.



Bromélias

Mas a Mata Atlântica encontra-se em um estado de intensa fragmentação e destruição, iniciada com a exploração do pau-brasil no século XVI. Até hoje, ao longo do bioma são exploradas inúmeras espécies florestais madeireiras e não madeireiras como o caju, o palmito-juçara, a erva-mate, as plantas medicinais e ornamentais, a piaçava, os cipós, entre outras. Se por um lado essa atividade gera emprego e divisas para a economia, grande parte da exploração da flora atlântica acontece de forma predatória e ilegal, estando muitas vezes associada ao tráfico internacional de espécies.

Contribuem ainda para o alto grau de destruição da Mata Atlântica, hoje reduzida a 8% de sua configuração original, a expansão da indústria, da agricultura, do turismo e da urbanização de modo não sustentável, causando a supressão da biodiversidade em vastas áreas, com a possível perda de espécies conhecidas e ainda não conhecidas pela ciência, influindo na quantidade e qualidade da água de rios e mananciais, diminuindo a fertilidade do solo, bem como afetando características do microclima nesses delicados ecossistemas e contribuindo com o problema do aquecimento global. Os números impressionantes da destruição do bioma demonstram a deficiência das políticas de conservação ambiental no país e a precariedade do sistema de fiscalização dos órgãos públicos.

A busca de um contexto de desmatamento zero no bioma passa pela adoção de critérios de sustentabilidade em todas as atividades humanas. Isso significa um esforço coletivo da indústria, do comércio, da agricultura e do setor energético na adoção de novos modelos de produção, menos agressivos ao meio ambiente, bem como do poder público, no sentido de garantir a fiscalização ambiental e a elaboração e cumprimento das leis, e finalmente a conscientização dos cidadãos em geral acerca da necessidade de se fazer o reflorestamento utilizando mudas principalmente de espécies endêmicas e nativas que ainda não foram extintas, exigindo padrões de sustentabilidade enquanto consumidores, cobrando os governantes e se mobilizando pela manutenção da floresta de pé e pela recuperação das áreas degradadas. Além disso, a Mata Atlântica oferece outras possibilidades de atividades econômicas, que não implicam na destruição do meio ambiente e em alguns casos podem gerar renda para as comunidades locais e tradicionais. Alguns exemplos são o uso de plantas para se produzir remédios, matérias-primas para a produção de vestimentas, corantes, essências de perfumes; insumos para a indústria alimentícia ou ainda a exploração de árvores por meio do corte seletivo para a produção de móveis certificados, o chamado manejo sustentável, o ecoturismo e mais recentemente o mercado de carbono.

•    Principais exemplos vegetais: pau-brasil, cedro, canela, ipê, jacarandá , jatobá, jequitibá, palmeira, epífitas (orquídeas e outros), cipós etc.

Fauna

Mico-leão-dourado, onça-pintada, bicho-preguiça, capivara. Estes são alguns dos mais conhecidos animais que vivem na Mata Atlântica. Mas a fauna do bioma onde estão as principais cidades brasileiras é bem mais abrangente do que nossa memória pode conceber. São, por exemplo, 261 espécies conhecidas de mamíferos. Isto significa que, se acrescentássemos à nossa lista inicial o tamanduá-bandeira, o tatu-peludo , a jaguatirica, e o cachorro-do-mato, ainda faltariam 252 mamíferos para completar o total de espécies dessa classe na Mata Atlântica.

O mesmo acontece com os pássaros, répteis, anfíbios e peixes. A garça, o tiê-sangue, o tucano, as araras, os beija-flores e periquitos. A jararaca, o jacaré-do-papo-amarelo, a cobra-coral, o sapo-cururu, a perereca-verde e a rã-de-vidro. Ou peixes conhecidos como o dourado, o pacu e a traíra. Esses nomes já são um bom começo, mas ainda estão longe de representar as 1020 espécies de pássaros, 197 de répteis, 340 de anfíbios e 350 de peixes que são conhecidos até hoje no bioma. Sem falar de insetos e demais invertebrados e das espécies que ainda nem foram descobertas pela ciência e que podem estar escondidas bem naquele trecho intacto de floresta que você admira quando vai para o litoral.
Outro número impressionante da fauna da Mata Atlântica se refere ao endemismo, ou seja, as espécies que só existem em ambientes específicos dentro desse bioma. Das 1711 espécies de vertebrados que vivem ali, 700 são endêmicas, sendo 55 espécies de mamíferos, 188 de aves, 60 de répteis, 90 de anfíbios e 133 de peixes. Os números impressionantes são um dos indicadores desse bioma como o de maior biodiversidade na face da Terra.

A grande riqueza da biodiversidade na Mata Atlântica também é responsável por surpresas, como as descobertas de novas espécies de animais. Recentemente, foram catalogadas a rã-de-alcatráses e a rã-cachoeira, os pássaros tapaculo-ferrerinho e bicudinho-do-brejo, os peixes Listrura boticario e o Moenkhausia bonita, e até um novo primata, o mico-leão-de-cara-preta, entre outros habitantes.
Num bioma reduzido a cerca de 8% de sua cobertura original é inevitável que a diversidade faunística esteja pressionada pelas atividades humanas. A Mata Atlântica abriga hoje 383 dos 633 animais ameaçados de extinção no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Causas para o desaparecimento de espécies e indivíduos são a caça e a pesca predatórias, a introdução de seres exóticos aos ecossistemas da Mata Atlântica, mas principalmente a deterioração ou supressão dos habitats dos animais, causados pela expansão da agricultura e pecuária, bem como pela urbanização e implementação mal planejada de obras de infra-estrutura.
No caso dos anfíbios, por exemplo, seus locais de procriação, como brejos e áreas alagadas, são muitas vezes considerados um empecilho e são eliminadas do meio ambiente através de práticas de drenagem ou então esses locais são até utilizadas para despejo de esgoto. Os anfíbios são animais de extrema importância para o equilíbrio das populações das espécies que se relacionam nas teias alimentares, pois controlam a população de insetos e outros invertebrados e servem de comida para répteis, aves e mamíferos.
A proteção da fauna e da flora está diretamente relacionada à proteção do meio ambiente onde essas espécies convivem, se relacionam e sobrevivem. Em paralelo, outras medidas importantes são a fiscalização da caça, da posse de animais em cativeiro, do comércio ilegal de espécies silvestres; fiscalização efetiva da atividade pesqueira; e realização de programas de educação ambiental junto à população visando a conscientização da população humana, acerca da necessidade de preservar o meio ambiente estabelecendo limites para a ocupação do solo e incrementando a formação de novas áreas de preservação ambiental em todos os municípios situados dentro desse delicado bioma da Mata Atlântica.
No que se refere à legislação, a proteção da fauna está prevista em nível federal na Constituição pela Lei 5.197/67 e também pela Lei de Crimes Ambientais (9.605/98). Iniciativas de caráter global com desdobramentos de ação regional e local, como a Agenda 21, também são um instrumento de apoio para a proteção da fauna. Mas todos esses elementos dependem da vontade política dos governantes, da conscientização, mobilização e participação dos cidadãos e divulgação do conceito de sustentabilidade nas atividades econômicas.

•    Principais exemplos de fauna: macacos, preguiças, onças, jaguatiricas, papagaios, araras, tucanos, cobras, cachorros-do-mato, porcos-do-mato, lagartos, grande diversidade de pássaros e insetos etc.

 Água

Queda-d'água em Curitiba.

As regiões da Mata Atlântica têm alto índice pluviométrico devido às chuvas de encosta causadas pelas montanhas que barram a passagem das nuvens.

É comum pensarmos na complexidade de um bioma por aspectos de sua fauna e flora, mas um elemento fundamental para a existência da biodiversidade é a água. E se a água é essencial para dar vida a um bioma como a Mata Atlântica, suas florestas têm um papel vital para a manutenção dos processos hidrológicos que garantem a qualidade e volume dos cursos d'água. Além disso, as atividades humanas desenvolvidas dentro do bioma também dependem da água para a manutenção da agricultura, da pesca, da indústria, do comércio, do turismo, da geração de energia, das atividades recreativas e de saneamento.

Atualmente, um conceito-chave para se estudar a relação entre a água, a biodiversidade e as atividades humanas é o da bacia hidrográfica, ou seja, o conjunto de terras drenadas por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. Na Mata Atlântica estão localizadas sete das nove grandes bacias hidrográficas do Brasil, alimentadas pelos rios São Francisco, Paraíba do Sul, Doce, Ribeira de Iguape e Paraná. As florestas asseguram a quantidade e qualidade da água potável que abastece mais de 110 milhões de brasileiros em aproximadamente 3,4 mil municípios inseridos no bioma.
Mas o fato de 61% da população brasileira estar concentrada em regiões de domínio da Mata Atlântica resulta em grande pressão sobre a biodiversidade e os recursos hídricos do bioma, que já enfrenta em diversas regiões problemas de crise hídrica, associados à escassez, ao desperdício, à má utilização da água, ao desmatamento e à poluição.

Em relação à escassez, as causas envolvem o aumento do consumo que acompanha o crescimento populacional, o desmatamento e a poluição, associados ao desenvolvimento desordenado das cidades e a impactos das atividades econômicas, além do desperdício e da falta de políticas públicas que estimulem o uso sustentável, a participação da sociedade na gestão dos recursos hídricos e a educação ambiental.

Quanto ao desperdício, estima-se que no Brasil o índice de perda chegue a 70%, sendo que 78% de toda a água consumida é utilizada no ambiente doméstico. Associado ao desperdício também está o mau uso dos recursos hídricos, como no caso de técnicas ultrapassadas para irrigação na agricultura e para o uso na indústria e a opção ainda tímida pelo reuso da água.

Finalmente, destaca-se o desmatamento como fator agravante da crise hídrica, já que a supressão da vegetação, principalmente em áreas de mata ciliar, acarreta no assoreamento dos cursos d'água e até desaparecimento de mananciais. Como se não bastasse, a poluição por esgoto, lixo e agrotóxicos afeta a vida dos rios, podendo levá-los à morte e tornando a água imprópria para uso.

Em busca de maneiras de se gerir mais eficientemente a água e promover a preservação ambiental, o conceito das bacias hidrográficas vem sendo trazido, desde a década de 1970, para a esfera governamental e também para estratégias de conscientização, mobilização e participação pública. A ideia central dessa abordagem é que todo desenvolvimento de regiões urbanizadas e rurais é definido de acordo com a disponibilidade de água doce, em termos de quantidade e qualidade. Também faz parte desse pensamento o entendimento dos recursos hídricos de modo interligado e interdependente, ou seja, uma ação realizada em determinada região de uma bacia pode afetar outra região, como é o caso de lançamento de esgoto em rios, a contaminação por agrotóxicos, obras de infra-estrutura etc.
O processo político decorrente dessa visão sobre a água resultou entre outros desdobramentos na criação da Lei 9.433/97, que estabelece a bacia hidrográfica como unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Faz parte do sistema, uma rede de colegiados deliberativos em nível federal e estadual, que são os chamados Comitês de Bacias Hidrográficas.

Os comitês representam a base da gestão participativa e integrada dos recursos hídricos e são compostos por integrantes do Poder Público, da sociedade civil e de usuários de água. Além disso, os comitês permitem o levantamento mais preciso e a compilação de informações sobre cada bacia, facilitando o planejamento sobre captação, abastecimento, distribuição, despejo e tratamento da água, otimizando obras de infra-estrutura e o uso do dinheiro público. Desse modo, tornam-se um instrumento para a elaboração de políticas públicas integradas para gestão dos recursos hídricos.


Espécies endêmicas ameaçadas de extinção

Mico-Leão dourado.

É possível que muitas espécies tenham sido extintas sem mesmo terem sido catalogadas. Estima-se que 269 espécies de animais, sendo 88 de aves endêmicas da Mata Atlântica, estão ameaçadas de extinção. Segundo o relatório mais recente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, entre essas espécies estão o muriqui, mico-leão-dourado, bugio,entre outros.

Recordes mundiais da Mata Atlântica

•    454 espécies de árvores por hectare — no Sul da Bahia.
•    Animais: aproximadamente 1.600.000 espécies, incluindo insetos
•    Mamíferos, aves, répteis e anfíbios: 1361 espécies, 567 endêmicas
•    2 % de todas as espécies do planeta somente para estes grupos de vertebrados
•    3% felinos

A preservação


Foto tirada um dia antes da terraplanagem de uma grande área de Mata Atlântica no litoral sul do Estado de São Paulo divisa com Paraná em 1998, para construção de um grande condomínio de luxo.
Atualmente existem menos de 10% da mata nativa.Dos 232.939 fragmentos florestais acima de 3 hectares existentes na Mata Atlântica, apenas 18.397 são maiores que cem hectares ou 1 km².E xistem diversos projetos de recuperação da Mata Atlântica, que esbarram sempre na urbanização e o não planejamento do espaço, principalmente na região Sudeste. Existem algumas áreas de preservação em alguns trechos em cidades como São Sebastião (litoral norte de São Paulo). A nível nacional, graças aos inúmeros parques e bosques dentro de seu perímetro urbano, Curitiba é a cidade brasileira onde a mata atlântica está melhor preservada.

No Paraná, graças à reação cultural da população, à criação de APAs (Áreas de Preservação Ambiental), apoiadas por uma legislação rígida e fiscalização intensiva dos cidadãos, aparentemente a derrubada da floresta foi freada e o pequeno remanescente dessa vegetação preserva um alto nível de biodiversidade, das quais estão o mico-leão-dourado, as orquídeas e as bromélias.

Um trabalho coordenado por pesquisadores do Instituto Florestal de São Paulo mostrou que, neste início de século, a área com vegetação natural em São Paulo aumentou 3,8% (1,2 quilômetro quadrado) em relação à existente há dez anos. O crescimento, ainda tímido, concentrou-se na faixa de Mata Atlântica, o ecossistema mais extenso do estado.
A Constituição Federal de 1988 coloca a Mata Atlântica como patrimônio nacional, junto com a Floresta Amazônica brasileira, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira. A derrubada da mata secundária é regulamentada por leis posteriores, já a derrubada da mata primária é proibida.

A Política da Mata Atlântica (Diretrizes para a política de conservação e desenvolvimento sustentável da Mata Atlântica), de 1998, contempla a preservação da biodiversidade, o desenvolvimento sustentável dos recursos naturais e a recuperação das áreas degradadas.

Há milhares de ONGs, órgãos governamentais e grupos de cidadãos espalhados pelo país que se empenham na preservação e revegetação da Mata Atlântica. A Rede de ONGs Mata Atlântica tem um projeto de monitoramento participativo, e desenvolveu com o Instituto Socio-Ambiental um dossiê da Mata, por municípios do domínio original.

Unidades de conservação

 O Parque das Dunas em Natal é uma das maiores unidades de conservação da mata atlântica do Brasil.


No domínio da Mata Atlântica existem 131 unidades de conservação federais, 443 estaduais, 14 municipais e 124 privadas, distribuídas por dezesseis estados, com exceção de Goiás. Entre elas destacam-se, de norte a sul:

•    Parque das Dunas, estadual, Rio Grande do Norte
•    Jericoacoara, federal, Ceará
•    Chapada do Araripe, Pernambuco, Piauí e Ceará
•    Jardim Botânico Benjamim Maranhão, João Pessoa, Paraíba
•    Reserva Biológica Guaribas, Mamanguape, Paraíba
•    APA da Barra do Rio Mamanguape, Rio Tinto, Paraíba
•    Parque Nacional da Chapada Diamantina, federal, Bahia
•    Parque Marinho dos Abrolhos, federal, Bahia
•    Parque Estadual do Rio Doce, estadual, Minas Gerais
•    Parque Estadual da Pedra Azul, estadual, Espírito Santo
•    Parque Estadual Paulo César Vinha, estadual, Espírito Santo
•    Mosteiro Zen Morro da Vargem, municipal, Espírito Santo
•    Santuário do Caraça, privada, Minas Gerais
•    Parque Nacional da Serra de Itabaiana, federal, Sergipe
•    Serra do Cipó, federal, Minas Gerais
•    Serra da Bodoquena, federal, Mato Grosso do Sul
•    Parque Estadual dos Três Picos, estadual, Rio de Janeiro
•    Reserva Natural Vale do Rio Doce, Linhares, Espírito Santo
•    Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, estadual, Santa Catarina
•    Serra dos Órgãos e Parque da Tijuca, federais, e Barra da Tijuca, municipal, Parque Estadual da Serra da Tiririca, Rio de Janeiro
•    Parque Municipal da Grota, municipal, Mirassol, São Paulo
•    Parque do Itatiaia, Minas Gerais e Rio de Janeiro
•    Parque do Sabiá,Uberlândia-Minas Gerais
•    Serra da Bocaina, Rio de Janeiro e São Paulo
•    Serra da Cantareira, São Paulo, São Paulo
•    Parque Estadual Morro do Diabo, Teodoro Sampaio, São Paulo
•    Serra da Mantiqueira, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo
•    APA Petrópolis, Parque Natural Municipal da Taquara, Rio de Janeiro
•    Ilha Queimada Pequena e Ilha Queimada Grande, federal, Parque da Cantareira, Estação Ecológica da Juréia-Itatins e Ilha Anchieta, estaduais, São Paulo
•    Parque Estadual da Serra do Mar, São Paulo
•    Parque Iguaçu, federal, Foz do Iguaçu, Paraná
•    Ilha do Mel, estadual, Paraná
•    Serra Geral, estadual, Rio Grande do Sul
•    Parque Nacional da Serra do Itajaí, federal, Santa Catarina
•    RPPN Rio das Lontras, Reserva Particular do Patrimônio Natural, Santa Catarina
•    Parque Municipal de Maceió, Alagoas
•    Estação ecológica de Murici, Alagoas

 Importância econômica

Da população brasileira, 61% vive na área de domínio da Mata Atlântica, que mantém as nascentes e mananciais que abastecem as cidades e comunidades do interior, regula o clima (temperatura, umidade, chuvas) e abriga comunidades tradicionais, incluindo povos indígenas.

Entre os povos indígenas que vivem no domínio da Mata Atlântica estão os Wassu, Pataxó, Tupiniquim, Gerén, Guarani, Krenak, Kaiowa, Nandeva, Terena, Kadiweu, Potiguara, Kaingang,guarani M'Bya e tangang.

Entre os usos econômicos da mata estão as plantas medicinais (a maioria não estudadas), como espinheira-santa, caixeta, e o turismo ecológico.

 Clima

O clima da Mata Atlântica está entre tropical e subtropical.
A proximidade do oceano, a "dinâmica" atmosférica regional, e os traços de relevo ajudam para tornar o clima predominantemente quente, úmido e com temperaturas altas.